Preparação e Educação para o Nascimento

O início da vida começa quando um casal se une e dessa ligação brota no ventre da mulher um novo ser, que é amado desde o dia em que é percebido pelos seus progenitores. As dúvidas surgem e talvez por isso, aqui estamos nós... Estimulopraxis - Telheiras Tel. 21 7104130 Zuddhakidz - Lumiar Tel. 916 292 881

segunda-feira

Disciplina : O Presente dos Pais

Para além do amor, a disciplina é o maior presente que se pode dar a uma criança, de forma a ela adquirir limites, a se sentir segura.
A disciplina tem de ser adaptada a cada criança e deve ser equilibrada. São necessárias regras e expectativas claras e conscientes e as consequências do seu desrespeito devem fazer-se sentir com firmeza, tendo em conta a idade da criança.
Existem 5 pontos essenciais, segundo Brazelton, que a criança deve desenvolver:
O auto-controlo: reconhecer os seus próprios impulsos, como são desencadeados, como podem magoar os outros e como os controlar.
O reconhecimento dos seus sentimentos e daquilo que lhes está subjacente: identificá-los, expressá-los ou mantê-los escondidos, se for necessário.
A percepção dos sentimentos dos outros: compreender as suas causas, preocupar-se com aquilo que eles sentem e reconhecer o efeito que os seus actos têm sobre os outros.
O desenvolvimento de justiça e a motivação para se comportar de forma justa.
O altruísmo: a descoberta da alegria de dar, e até de fazer sacrifício por outros seres humanos.

Até aos 6 meses o bebé deve aprender a organizar-se, aprender a usar os estados de sono, alerta, birras, choro, de acordo com as suas necessidades. Deve aprender a acalmar-se e adormecer para recuperar energias, proteger-se das luzes e barulhos intensos, chorar de forma diferente conforme as suas necessidades, a olhar fixamente quem o cuida de forma a dar a entender o quanto são importantes para ele, aprendendo a conhece-los cada vez mais.
Cada bebé aprende a combinar as suas próprias estratégias com as que os pais usam.
3/4 Meses: aprende a entreter-se sozinho e a tentar lidar com as suas frustrações.
7/8 Meses: Necessidades de limites, ensinar o perigo e a segurança. Surge o medo dos estranhos, que demonstra um salto no desenvolvimento da inteligência da criança, pois já distingue o que lhe é familiar e o que lhe é estranho, onde se deve dar espaço à criança para o conhecer, sem forçar e esperar que as boas maneiras surjam depois.
9/12 Meses: reconhecimento do rosto dos pais, de forma a perceber o que se está a passar, incluindo o seu próprio comportamento, usando o comportamento não verbal dos pais (tom de voz, expressão facial, gestos) para se sentirem seguras e orientadas. Surge a disciplina a sério e não apenas a distracção que até então bastava. Exige-se firmeza. A desobediência é um processo de tentativa e erro e não apenas uma afronta aos pais. São necessárias mensagens claras e consistentes, fornecendo-se a mesma resposta a situações semelhantes. Por exemplo, se a mãe diz não mexe, quando a criança mexe no comando da televisão, mas ao mesmo tempo ri, eles vão faze-lo na mesma. A resposta tem de ser clara e condizente com o discurso não verbal.
As crianças aprendem pela repetição, precisando que os pais digam não até a lição ser aprendida, sentindo-se os pais frustrados, pela criança ouvir inúmeras vezes não e continuar.As crianças testarão os pais de forma a perceber se é sempre não, ou se foi só daquela vez, ou da outra, mas será sempre? A criança pensa, pode ser que seja desta que a minha persistência vai ser recompensada!
No exemplo do comando, a criança compreende que cada botão serve para um resultado diferente, será que para todos é não? Ou será só para aquele que faz a televisão gritar? Porque o pai pode e eu não? O facto das regras serem diferentes em diferentes locais e para diferentes pessoas é difícil ser apreendido por uma criança tão pequena!!!
Com o seu crescimento as regras vão-se alterando, se umas se alteram, será que todas se alteram? Será que já posso mexer nos botões do fogão? Na faca? Na tesoura?
Será que o não do pai é igual ao não da mãe? Se não, o que significa essa diferença?
Se pensarmos em tudo o que estamos a pedir que as crianças aprendam, facilmente percebemos o porque da necessidade da repetição, da clareza e da consistência.
12/14 Meses: Descoberta de novas habilidades que exigem disciplina, pois não está segura de como as utilizar em segurança. Percebe que pode escolher entre o fazer e o não fazer e surgem as birras para testar os limites de tolerância dos pais, tornando-se necessário que ela aprenda a controlar-se sozinha, sendo pertinente os pais se afastarem (sair de cena) incentivando o auto-controlo, como que a dizer és capaz de te controlar sozinha. Se o local não for propicio ao afastamento, é essencial que se abrace a criança, em abraço de cesto, envolvendo-a, com um abraço seguro, mas indolor, falando-lhe baixinho sem gritar, pois isso desencadeia o aumento da birra, por processo de imitação. Mas como o objectivo é a auto-disciplina, é essencial o diálogo sobre o que se passou posteriormente, dizendo o que pode fazer para se acalmar.
2/3 anos: Descobre a causa e o efeito, se caio, magoo-me, se deixo cair algo, parte-se, entre outros e sendo ainda necessário a presença dos pais para suprimirem a sua falta de discernimento. Torna-se essencial o ensino do controlo dos impulsos que existe pela curiosidade em explorar o meio, através da repetição e sempre da explicação e em último a acção de impedimento, de forma a ele perceber que um dia o fará sozinho, com toda a motivação necessária. Estará a estabelecer alicerces de aprendizagem para os anos subsequentes!
Presença de sentimentos contraditórios e desejos inatingíveis, que tenta conhecer, perceber e reagir até aprender a controlar as suas emoções. Precisa de se acalmar, controlar a situação e procurar uma solução, tendo por base o comportamento dos adultos.
Por volta dos 3 anos pensa sobre os seus pensamentos, permitindo aos pais, explicarem o que os outros sentem quando ele tem determinadas atitudes, o que até então não era possível, juntando a isto alternativas construtivas ao seu comportamento.
Anos seguintes: Aparecimento do desenvolvimento moral, onde os pais apresentam a lei de maneira a demonstrar a sua justiça e a razão da sua existência, em vez de apresentar a consequência de forma a mostrar o seu poder sobre a criança.
Se ensinarmos as crianças a obedecer a regras porque elas são justas e não porque tem poder, estaremos a prepará-las para respeitarem a lei, quando o poder dos pais já não for suficiente ou mesmo quer haja ou não pessoas a ver. A firmeza demonstra que as regras se mantêm pela sua própria importância e não mudam consoante sentimentos ou desejos de cada criança.
O objectivo dos pais é ajudar a criança a utilizar a crescente empatia para fazer a coisa certa para seu próprio bem, mesmo que os adultos não estejam lá para punir, caso não o faça.
Devemos ajudar os nossos filhos a encontrarem a sua própria motivação para se conduzirem de acordo com um código moral. Mais cedo ou mais tarde, serão demasiado crescidos para que estejamos sempre presentes a impor a disciplina quando se portam mal. Os nossos filhos precisam de ter a certeza de que tornaram seus os valores que lhes oferecemos.

Rute Borges

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