Depressão Pós-Parto
A gravidez é “crise normal” maturativa, quer a nível biológico quer a nível psicológico constituindo uma época de muitas mudanças, susceptíveis de maior sensibilidade.
Durante a gravidez há mulheres que já apontam para a depressão pós-parto, nomeadamente em mulheres com vivências de mau estar e grande tristeza. A depressão pós-parto pode ter graves consequências a nível da mãe e do bebé, afectando muitas vezes a interacção.
Pode surgir apenas um síndrome afectivo ligeiro que afecta as mulheres que dão á luz, entre 39 e 85%, com os sintomas de irritabilidade, humor depressivo, perturbações do sono e do apetite, choro, hipersensibilidade, que pode durar desde algumas horas até uns dias depois do parto, e tal como aparece, desaparece.
Quando se prolonga para além do tempo normal passa a depressão pós-parto, em que a urgência imediata é a mobilização dos recursos familiares, principalmente porque esta mulher não deve estar só, quando está sozinha a angústia aumenta e sendo quase intolerável, afastando-se ainda mais do seu bebé. Muitas mulheres apresentam uma preocupação excessiva em não saber cuidar do bebé (logo o entregam a alguém para cuidar, acarretando com este facto uma grande culpabilidade), com a saúde do bebé ou hiperprotecção deste (falta de espaço para o bebé).
Segundo O’Hara, há determinadas mulheres que durante o período de gestação experimentam elevados graus de stress, e se não têm um companheiro que partilhe tarefas, havendo falta de apoio e pouca atenção – estas mulheres têm maior probabilidade de entrar em depressão pós-parto.
Estas mulheres sentem uma mudança, um abatimento físico, global, não sendo capazes de tomar decisões e responsabilidades. Sentem-se mal, tendo também uma preocupação excessiva consigo próprias, com a sua própria saúde. Não se deve deixar uma mãe deprimida sozinha com o seu bebé pois não sabem cuidar dele, podendo chegar a deixam o bebé a chorar horas a fio conseguirem querer saber dele.
Na maioria das depressões pós-parto, a remissão desta depressão simples faz-se espontaneamente passados alguns meses, mas tem que se ter em conta, não só as incidências da depressão, como as interacções precoces da mãe/bebé; se esta interacção precoce está perturbada, todos os processos de estruturação do eu, como auto-estima, estão comprometidos.
É importante lembrar que o papel organizador do pai é fundamental, e que criança é um agente activo nas interacções, pode ser mais ou menos vulnerável (pré-disposição) e entrar na linha de desenvolvimento, podendo ser afectado ou não.
Aquilo que se pode dizer é que quando se observa a díade mãe/bebé, é como se não houvesse um ajustamento suficiente entre mãe/bebé, não existe a tal sintonia desejável, as relações são não gratificantes para ambos (o pai pode ajudar ou não).
Concluindo, a depressão pós-parto pode ter consequências graves para a mãe e para a criança, sendo que ao nível da interacção e dinâmica familiares pode ser superada (dependendo obviamente da ajuda familiar, importância do pai, entre outros).
Rute Borges
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