Preparação e Educação para o Nascimento

O início da vida começa quando um casal se une e dessa ligação brota no ventre da mulher um novo ser, que é amado desde o dia em que é percebido pelos seus progenitores. As dúvidas surgem e talvez por isso, aqui estamos nós... Estimulopraxis - Telheiras Tel. 21 7104130 Zuddhakidz - Lumiar Tel. 916 292 881

sábado

A Importância da interacção mãe-bebé

Durante muitos anos, o recém-nascido era considerado como um ser incompetente, desorganizado, passivo, podendo ser totalmente moldado pelo que o rodeia.
Hoje, acredita-se que este, é um processador activo de informação, competente, com capacidades motoras, sensoriais e com um reportório de comportamentos sociais.
Para que tudo isto se faça com eficácia, Bowlby afirma, ser necessário existir um elo de ligação emocional de longa duração com um indivíduo, sendo este elo bastante forte e carregado de emoções, de forma a que o adulto, organize os sentimentos do bebé em relação ao meio envolvente. É com base nesta vinculação e no grau de confiança no primeiro relacionamento, que o bebé cria modelos interiores de funcionamento dos relacionamentos em geral.
A interacção da díade mãe-bebé, nos primeiros meses de vida, é vista por Brazelton como uma progressiva aquisição, por parte do bebé, pelo controlo da actividade motora, dos seus estados de consciência (sono profundo, sono leve, estado de sonolência, estado de alerta, estado de alerta agitado e choro), da receptividade aos estímulos exteriores, essencialmente dos proporcionados pelos adultos.
Na interacção existe o diálogo primário que fala spitz, onde subsistem trocas entre a mãe e o bebé, respostas, activas e passivas de ambos que conduzem a acções e reacções bilaterais. Estas trocas são possíveis, pois ambos possuem um reportório que permite que a vinculação se efectue. Assim, comportamentos desencadeados por um influenciam o comportamento do outro, sendo essencial para o bom desenvolvimento do bebé, a relação ser mutuamente satisfatória.
Segundo Winnicott, a mãe possuiu uma preocupação maternal primária que lhe permite estar sensível às necessidades do seu bebé, utilizando técnicas de interacção que assegurem o processo de desenvolvimento e de forma a compreender o comportamento do filho, baseadas nessas necessidades.
Cada bebé, aprende a combinar as suas próprias estratégias com a que os pais usam, descobrindo deste cedo, a forma de lidar com o choro e os outros estados, servindo de ponto de partida para lidar com os impulsos e os sentimentos. Desta forma, torna-se essencial que seja o bebé a dirigir essa interacção, permitindo à criança lidar com a frustração, reforçando o seu sentimento de competência, assumindo a possibilidade de controlar voluntariamente todo o seu desenvolvimento.
Tudo isto torna-se mais importante, quando o bebé apresenta sinais de hiper estimulação, ou seja, desvia o olhar, chora e parece entristecer. Mais não é do que cansaço, sendo necessário que os pais aprendam a reconhecer e respeitar estes sinais, dando ao bebé a possibilidade de experimentar os seus controladores internos. Ele voltará a pedir controlo externo quando assim o necessitar. Se pelo contrário, os pais lhe derem todo o conforto, não haverá aprendizagem. Na hipo estimulação, é necessário encontrar estímulos agradáveis ao bebé, que não o levem a fechar-se em si mesmo, que o motivem, o "chamem para a vida", para o prazer da interacção. A paternidade é no fundo, como diz Brazelton, um processo de tentativa e erro.
Ao adulto, cabe o papel de encoraja-lo a procurar sozinho e a reagir a estímulos que o envolvem. Como resultado, a criança percepciona-se como competente e que tem a capacidade de se auto controlar, fortalecendo-se, tornando-se uma criança segura.

Rute Borges

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